GHE é um grupo homogêneo de exposição, ou seja, é um conjunto de indivíduos que são semelhantes entre si em relação a uma determinada variável de exposição. Essa variável pode ser um fator ambiental, como a exposição a uma substância química, ou um fator comportamental, como o uso de certo medicamento. O objetivo de selecionar indivíduos para um grupo homogêneo de exposição é assegurar que a variação na variável de exposição entre os indivíduos seja minimizada, a fim de maximizar a capacidade de detectar diferenças na variável de resposta entre os indivíduos expostos e não expostos.

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é determinado com base no Grupo Homogêneo de Exposição (GHE), que consiste em um agrupamento de colaboradores que desempenham funções análogas, estão sujeitos aos mesmos agentes de risco ocupacional e demandam medidas de proteção equivalentes.

Para estabelecer o EPI adequado conforme o GHE, é imprescindível realizar uma avaliação de riscos ocupacionais no ambiente laboral, identificando os agentes de risco presentes e as respectivas medidas de proteção necessárias. Posteriormente, deve-se selecionar os EPIs que ofereçam proteção eficaz contra os riscos identificados, em conformidade com as normas regulamentadoras vigentes, como a NR-6.

O processo de seleção de EPIs deve considerar critérios técnicos, tais como:

• Natureza e magnitude da exposição aos agentes de risco;

• Características da atividade laboral desempenhada;

• Perfil antropométrico e biotipo dos trabalhadores;

• Condições ambientais do local de trabalho.

É fundamental que os EPIs selecionados atendam aos requisitos de ergonomia, conforto e adequação dimensional, garantindo sua utilização correta e contínua pelos colaboradores. Além disso, os EPIs devem possuir Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo órgão competente, assegurando sua conformidade com os padrões de segurança.

A definição dos EPIs para cada GHE deve ser realizada por profissionais especializados em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), com base em:

• Avaliações quantitativas e qualitativas de riscos;

• Análises de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais registradas;

• Laudos técnicos e estudos ambientais.

Vale ressaltar que a adoção de EPIs deve ser considerada como uma medida de proteção complementar, priorizando-se a implementação de medidas de proteção coletiva (EPCs) e controles de engenharia para a eliminação ou redução dos riscos na fonte. A utilização de EPIs deve ser empregada apenas quando as medidas coletivas forem insuficientes ou inviáveis técnica e economicamente.

A homogeneidade do GHE pode ser estabelecida por meio de uma amostragem estatística representativa de seus membros, considerando que estejam expostos aos mesmos agentes de risco em proporções equivalentes, mesmo que em períodos distintos. Essa abordagem permite a padronização das medidas de proteção, otimizando a gestão de SST e garantindo a segurança dos trabalhadores.

Em síntese, a correta seleção e utilização de EPIs, alinhadas à análise do GHE, são essenciais para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, contribuindo para um ambiente de trabalho seguro e saudável.